terça-feira, 30 de agosto de 2011

Primeiro digo que não é nada fácil escrever essas palavras. Porém, elas precisam ser ditas. Não apenas ditas, mas escritas, assim, permanecerão para sempre.
Inicio dizendo que não se trata de uma agressão, que a raiva e a dor já passaram, mas eu sempre precisei de um momento para te dizer tudo o que sentia, e o mais importante e necessario que precisa saber é que eu estou feliz.
É muito cômodo me chamar de filha número 5. Muito fácil falar ''eu estou esperando o momento certo'', como se só o que importasse fosse o que você sente.
Viví a minha vida inteira com raiva de você, não tinha o direito de ter me abandonado, fossem as circunstâncias que fossem. Não precisava ter me amado, mas nunca devia ter me rejeitado. Eu tinha o direito de ter um pai. Tinha o direito de ter conhecido a minha familia, as minhas irmãs, meus primos, todos.
Agora, depois de tanto tempo, elas me encontraram. Não adiantou adiar, arranjar desculpas, inventar. Elas são pessoas incríveis, e eu estou completa, por saber que a minha familia está feliz em saber que eu existo. Por sua causa, eu vivia angustiada.
Você acha que foi fácil escutar as suas desculpas, ver as suas lágrimas, ter você me procurando quando você quis e achou que seria correto. E ficar tudo por isso mesmo. Você nunca me ouviu. Nunca entendeu a raiva e a dor que eu senti, por ficar sozinha, por sempre ter que ser, de certa forma, independente.
E se agora eu escrevo isso com dor, é porque você sempre vai ser meu pai, e eu não tenho raiva por isso. Tenho raiva porque você cometeu tantos erros, e não aproveitou, as suas filhas números 1, 2, 3, 4, e muito menos a 5.
Talvez você tivesse tido uma oportunidade. Mas agora...

A TOCA;

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Fabricio Leal
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